Depois de um ano em grande, a perspetiva para 2018 está em alta para os players do mercado. Reis Campos espera que seja de consolidação. “Marcado por uma melhoria geral ao nível da atividade das empresas do setor, o que passa por um mercado imobiliário a liderar o processo de recuperação económica do país e, sobretudo, pela adoção de algumas das medidas que estamos a discutir com o Governo e que são essenciais para corrigir os desequilíbrios que ainda persistem”, explica.

Nomeadamente, o alargamento efetivo da dinâmica da reabilitação urbana à generalidade do território e a entrada em funcionamento do Programa Casa Eficiente, que conta com a CPCI enquanto entidade dinamizadora e agregadora, são exemplos de questões concretas que espera ver tratadas em 2018. “Por outro lado, a estabilidade e competitividade da fiscalidade incidente sobre o imobiliário, como já referi, é essencial para preservar a confiança dos investidores. Neste âmbito, a competitividade do Regime de Tributação dos não Residentes tem de ser assegurada, assim como se exige que o Programa dos Vistos Gold, ganhe uma nova dinâmica, ultrapassando os bloqueios que se verificam”, conclui.

Hugo Santos Ferreira mais do que perspetivas para 2018, revela que o debate se deve centrar já não tanto no ano que agora se vai iniciar, “o qual se prevê voltar a registar excelentes números não trazendo por isso preocupações de maior, mas naquilo que iremos fazer a curto prazo com reflexos nos anos seguintes, em 2019, 2020 e daí em diante”.
Como grandes tendências para 2018, o vice-presidente da APPII destaca, o surgimento de um novo conceito de espaços e de partilha de serviços e que já vêm ganhando vários adeptos um pouco por toda a Europa e até já em Portugal, como aqueles novos conceitos de young professionals, de coworking e mesmo até de co-living. Ou projetos que combinam student hotels com student housing, projetos hoteleiros que oferecem muito mais que um mero serviço de alojamento e “apontaria ainda o regresso dos projetos fora dos centros urbanos, ou pelo menos fora das designadas zonas prime e o regresso dos projetos para segmentos mais baixos”.

Francisco Bacelar espera uma consolidação da atividade, ao nível do crescimento, embora agora com menor fulgor, mas desejando que o mercado estabilize e se tomem medidas necessárias no setor da mediação imobiliária.

“Esperamos ainda que a nova Secretaria de Estado da Habitação sirva de intermediária entre os profissionais e o Governo, na tentativa de encontrar soluções que permitam um upgrade do mercado imobiliário, quer ao nível do arrendamento, que bem necessita depois de décadas de estagnação, quer no mercado de compra”, esclarece.
A nível de preços, o presidenta da ASMIP acredita na continuação da sua subida, especialmente nos sítios mais procurados, embora de forma menos acentuada, até porque em alguns casos os preços já estão bastante para lá do que seria razoável, com os problemas que essas situações podem trazer no futuro.

Para Frederico Borges de Castro, 2018 é o início da segunda fase da retoma do imobiliário. “Iremos presenciar o surgimento de novos projetos residenciais e de escritórios, vários de grande dimensão, que indubitavelmente farão diferença e marcarão as próximas décadas para Lisboa e Porto. Tal como em 2017, observar-se-á o aumento das aquisições residenciais por clientes nacionais”, salienta.

O responsável da CBRE admite que os promotores terão que lidar com a falta de mão de obra qualificada e o crescimento dos custos de construção que levam a margens mais reduzidas e que em projetos longos poderão criar sérios problemas de cash-flow.

Fonte: Jornal Económico | Fernanda Pedro