As mediadoras imobiliárias vão passar também a poder atuar como intermediários na concessão de crédito à habitação. E vão ter de dizer com que bancos estão a trabalhar.

O caminho de quem está à procura de casa vai dar muitas vezes à entrada de uma imobiliária. Agora também vai passar a poder acontecer o mesmo a quem quer fazer um crédito à habitação. Para além de venderem casas, as mediadoras imobiliárias passaram também a poder atuar como intermediários na concessão de crédito à habitação. E vão ter de dizer com que bancos estão a trabalhar.

Em causa está o novo regime de acesso à intermediação de crédito, diploma que foi publicado em julho e que entrou em vigor a 1 de janeiro deste ano. Este diploma criou três categorias de intermediários de crédito — vinculados, independentes e a título acessório –, tendo o legislador decidido incluir as mediadoras imobiliárias nesta última classificação.

A classificação de intermediário de crédito a título acessório é atribuída a instituições que têm em vista a venda de bens ou serviços por si oferecidos mas que, acessoriamente, podem intermediar operações de concessão de crédito. Nesta denominação passaram a ser incluídos, para além das imobiliárias, os stands de venda de automóveis ou as grandes cadeias de retalho como a Fnac ou o Ikea, por exemplo.

As imobiliárias passam assim a prestar serviços muito semelhantes aos que é possível encontrar num stand de venda de carros, já que muitos têm por detrás uma financeira. Ou seja, quem decida comprar uma casa através de uma imobiliária e que pretenda recorrer ao crédito à habitação, vai poder encontrar uma resposta global apenas através da imobiliária.

Com a entrada em vigor desta nova legislação, as imobiliárias veem assim o legislador reconhecer algo que estas já faziam há muito tempo de uma forma informal. “Há cerca de dez anos que as imobiliárias já atuavam como ‘encaminhadoras de crédito’, tendo protocolos com os bancos, beneficiando de melhores condições por exemplo nos spreads. Agora a partir de início de janeiro passaram a poder ser considerados intermediários de crédito”, explica Luís Lima, presidente da associação das imobiliárias APEMIP ao ECO.

Fonte: Sapo | 17/01/2018