Foram vendidos 178.691 imóveis em 2018, mais 25.339 (16,6%) que em 2017 – a uma média de 490 casas por dia –, e a valores cada vez mais altos. Uma tendência que permite concluir que os preços das casas já recuperaram o impacto de 10 anos de inflação, ou seja, terminaram 2018 no mesmo nível que estariam se a partir de 2007 tivessem evoluído ao ritmo da inflação, em vez de terem descido em resultado da crise das dívidas soberanas.

Em causa está uma análise de projeção realizada pela Confidencial Imobiliário (Ci), que relaciona a evolução do seu Índice Preços Residenciais (IPR) com o Índice de Preços no Consumidor, que é apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a empresa especializada na produção e difusão de indicadores de análise do mercado, “caso, ao invés de terem caído, no final de 2007, os preços residenciais tivessem acompanhado a taxa de inflação, estariam no final de 2018 cerca de 12% acima daquele ano pré-crise, igualando a variação acumulada do Índice de Preços no Consumidor”.“Sucede que os preços habitacionais caíram fortemente (cerca de 21% entre 2007 e meados de 2013), mas a recuperação entretanto registada já compensou essa perda, fazendo com que (a nível nacional) estejam no final de 2018 no mesmo patamar que resultaria da sua projeção de 2008 até 2018 à taxa de inflação”, refere a CI, em comunicado.

De acordo com a empresa, na sequência deste percurso de recuperação, os preços da habitação apresentam um ganho de 46% face a meados de 2013, quando atingiram o seu ponto mais baixo, após 6 anos de quedas sucessivas, iniciadas em finais de 2007.

Para Ricardo Guimarães, diretor da Ci, “o mercado, mais do que proceder à subida nominal dos preços, já recuperou da perda que teve em termos reais”. O responsável considera, nesse sentido, “que está totalmente recuperada a perda que a crise implicou em termos reais, dando espaço a uma perspetiva de maturidade do processo de recuperação”.

FONTE: Idealista | AUTOR: Redação | 24/04/2019